Dizem que a melhor arma é o sorriso, porque disfarça a dor que possamos estar a sentir. Sinceramente, não sei se posso concordar com isso. Ultimamente até as palavras estão contra. Há imenso tempo que não consigo escrever. Todos os dias olho para trás, e lembro-me de passar horas sentada a pensar e a descrever tudo numa folha de papel, e agora sinto uma confusão dentro da minha cabeça, um nó enorme. Só penso em estar longe daqui, estar longe dos problemas, de quem  não acredita em mim, de quem nunca me dá ouvidos. Eu só penso como seria se tudo fosse diferente, e se posso fazer algo para ser diferente. Ao longo dos dias vou-me sentindo desgastada, vou vendo que estou presa num barco que não é remado por mim, e que por mais que queira, eu não consigo sair dele. Todas as noites a lua tem estado comigo, a fazer-me companhia e a ouvir-me devanear. Se num dia tenho vontade de lutar, no outro tenho vontade de desistir. Sinto um misto de sensações, um sufoco enorme por estar presa a uma corda que não está segura. Já pensei em começar de novo, mas será que vai adiantar algo? Eu sei que também tenho os meus defeitos, que nem sempre tenho as atitudes mais corretas, mas eu juro que tento fazer o meu melhor. Não é fácil sentir-me cansada, mas continuar, para sentir um pouco de orgulho vindo de alguém que eu amo. Ás vezes é tão complicado que a boa disposição quebra, e a necessidade de um abraço, ou de um ato com algum amor, aparece. Nunca ninguém disse que iria ser um mar de rosas, e que tudo iria ser o melhor e para sempre. As coisas têm altos e baixos, umas vezes acontecem coisas boas, outras péssimas, e nada dura para sempre. A sorte nem sempre bate á porta, e nós tentamos estar preparados, mas nem sempre é fácil. Ninguém nasce ensinado, todos precisamos de aprender uns com os outros. E se ninguém cooperar, nunca vamos chegar a lado nenhum. 


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