Um minuto. Num minuto eu já fiz mil coisas. Num minuto eu já pensei mil coisas. Em dois minutos eu fiz o dobro das coisas, eu pensei o dobro, se não o triplo, e mesmo assim continuei a dizer que um minuto ou dois nunca faria diferença.
Eu já perdi o autocarro só porque me atrasei um minuto. Já cheguei atrasada, só porque passou um minuto. Já perdi pessoas de um minuto para o outro - ou talvez de uns dias para outros. Já chorei a rir em menos de um minuto, mas mesmo assim senti aquele aperto na barriga de tanto rir. Já fiz esperar alguém dois minutos, mas mesmo assim ouvi repreensões. Parece que um minuto estica, mas na prática é curto de mais para ser considerado suficiente. Um minuto não chega para falar tudo. Um minuto é um minuto. E dois minutos, é simplesmente um mais outro minuto.
É confuso, torna-se até ridículo. Pensar a cerca do que se pode ou não fazer em menos tempo do que o suposto é, no mínimo, estranho. Mas continuemos.
Podemos assegurar alguém de que estamos ali, com um mero abraço, forte e sentido, e podemos fazê-lo num minuto. Podemos ser o que não queremos só porque num instante a nossa atitude não foi a melhor, e bastou aquela pessoa estar a observar-te naquele preciso minuto. Podemos. Podemos realmente tudo, quando queremos, quando fazemos por isso. Caso contrário, as desculpas servirão de recurso nesse mesmo instante, em que pensamos e nos ocorre essa mesma ideia. Fazemos várias coisas ao mesmo, e podem passar horas, mas à noite só te lembrarás daquele minuto em que ele te abraçou, ou que ele te disse algo que te fez sorrir. Podes ver um filme de três horas, mas no final, só te vais relembrar de certos instantes. Torna-se ingrato da nossa parte desejar tanto que, por vezes, o tempo pare só porque queremos repetir aquele momento, mas depois quando ele nos proporciona mais um minuto nós dizemos sempre que não chega. Agora compreendo porque é que quando peço para ficar mais cinco minutos junto de ti, o tempo não só recusa, como me prejudica passando a voar.
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