Eu idealizei um bom começo para nós. Supostamente mantínhamos a nossa amizade, tínhamos as nossas brincadeiras, os nossos arrufos, mas o nosso caminho era certo: uma longa e duradoura amizade!
Mas depois complicou-se. Destes passos que não conseguiste conter, e tiveste aquilo que eu intitulo de impulso, que mesmo não querendo estragou tudo. Eu tenho saudades daquilo que éramos, pelo menos ali eu tinha a certeza que era feliz. E para além disso, ainda estava no meu mundo, onde sabia lidar com tudo o que me rodeava, e não tinha qualquer preocupação a tirar-me tempo! Mas não tenho que o reclamar. O teu ato foi talvez o melhor que poderia surgir. Senti aquele bem estar e reconforto por estar perto de ti, mais que o normal. E se na altura tinha o meu mundo fechado a sete chaves, ali eu tinha perdido uma e uma das portas tinha-se aberto só para ti. Não tinha medo de nada, não queria saber de nada. Acreditei naquele momento como uma oportunidade para tentar de novo. Senti as tais borboletas, o teu nome não saia da minha cabeça, e passasse o tempo que passasse eu só pensava em nós. O vento passava-me entre os dedos e eu fechava a minha mão na esperança de agarrar a tua. Fechava os olhos e sentia tudo de novo naquela fração de segundos. Sonhava em pleno dia, e todas as noites eu relembrava. Nada me poderia afectar, nem mesmo a má disposição dos outros. Foi aquele impulso que fez de ti diferente. Mas como esse, houve outros. E o problema foi quando percebi que "usada" era o termo certo. Parecia que os 848 dias tinham voltado. Parecia que eu tinha voltado para dia 20 daquele ano. As lágrimas escorriam pela minha cara como se o mundo fosse ruir e eu não pudesse fazer nada. Sentia-me culpada por ter perdido aquela "chave", por ter dado aquela chance de ser feliz sem ter posto a hipótese de me estares a enganar. Eu quase que vi amor, e agora não sinto nada. Não sei se foi burrice ou a sensibilidade em altas, não sei se a minha consciência estava consciente ou se simplesmente a minha ingenuidade estava no momento errado. E na realidade não me quero culpar, porque eu sei que tudo o que eu te disse foi puro e sem receios. Mas será que a culpa não foi mesmo minha por te ter deixado ir tão longe? Por ter acreditado tanto ou mais que tu?
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