Eu tinha que escrever uma carta para ti. É incrível como eu tento arrancar-te da minha cabeça, mas não consigo. Eu já disse que ia mudar isto, eu disse que não ia continuar a pensar em ti, naquilo que passamos ao lado um do outro. Mas sabes, e tão bom olhar para as tuas palavras e pensar que algum dia me disseste aquilo... 
Queria tanto andar de mão dada contigo, como já andamos. Queria tanto olhar-te nos olhos como daquela vez em que me perguntaste "estás a olhar para onde?...". Queria cuidar de ti quando estás mal. Queria cuidar de ti quando estás doente. Queria brincar contigo nos últimos minutos, em vez de chorar por te ver a ir embora. Queria viver mais contigo. Queria que visses que não importa o tempo, importa a intensidade, importa aquilo que vivemos os dois juntos, lado a lado. 
Não sei se alguma vez tiveste alguém que procura-se tanto por ti. E sinceramente não sei o que tens que me faça querer-te só a ti. Não vou negar que no inicio pensei que era imaginação minha, e que nunca iríamos passar dali, mas agora eu quero que seja mais que um simples dia, quero que seja mais que simples momentos. 
Quero alguém a sério, que me faça sentir desejada, que guarde os meus segredos, que mesmo estando longe esteja sempre aqui para mim, que me proteja, que me segure quando eu estiver a cair, que me adore, que me conheça, que me ame. Quero alguém que precise de mim.
Pensa comigo. Vê como nós guardamos as coisas um do outro, como estamos sempre um para o outro mesmo que não estejamos perto todos os dias, vê como me estás sempre a tentar proteger, vê a quantidade de vezes que disseste que me adoravas, vê os olhares que trocamos, vê, olha para nós. Eu sei que sentes saudades do teu passado, sei que tens medo de não estares preparado, eu sei que a última coisa que queres é magoar-me. Eu sei que sempre que falas tentas não me magoar, eu sei que sempre que ages tens medo de me atingir de algum modo. E repara que isso é preocupação. Preocupação estranha, que só existe quando se gosta, quando se tem medo de quebrar o coração do outro. E repara que o outro sou eu. Repara que sou eu que insisto todos os dias , de algum modo. 

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